Não sei o que prende o mar Que movimentos o encerram Para se agitar assim Que tormentos Que sofrimentos tão vis Que lhe arrancam lamentos E o movem a dura servis
Não sei o que o tem cativo Que enleios traz em si…
Melhor seria que a máscara que cobre a boca
a cerrasse a palavras vozeiras,
useiras e vezeiras,
ocas e interesseiras,
palermas ou arteiras;
que vêm confundir como bebedeiras
as sadias e boas maneiras.
Há distâncias forjadas Tão mar Habitáculos de cardos E ervas salgadas Águas em fogo Areias de gelo Pássaros calados Tão noite Tão sede Tão saudade…
Mas haverá ainda manhãs Tão mar De sítios tranquilos Radiantes De flores E perfumes. E das pedras sairão fontes Onde os pássaros feridos Se hão-de banhar.
Há quem se olhe demoradamente ao espelho... a imagem nele reflectida é que nem sempre corresponderá à realidade. Umas vezes poderá ser deveras favorecida e outras precisamente o contrário... é bom que tenhamos algum cuidado ao analisar a imagem daí resultante.