A aldeia aprisionada num esotérico submundo Globo ocular à espreita da cidade exotérica É verdade abafada de mentira Extemporâneo entulho esférico Frustrâneo dióspiro Incomestível Imperceptível forma de moléstia Praga sem modéstia que não parte Nem reparte
Nas bifurcações do quotidiano há léguas de marés suspensas Papéis em branco Desdobráveis declamados no vento pela rua Ditos em tréguas petrificadas Lâminas a esvair-se languidamente sem nada a desejar
Nas bifurcações do quotidiano Perdemos de vista as galáxias Ensombradas por nuvens imprevisíveis A anos-luz de distância
Talvez um caminho se escreva nas pétalas da manhã Talvez um caminho se abra nas asas do arvoredo Talvez um caminho siga nos trilhos do vento cantante Talvez as águas ciciantes se lembrem de me sussurrar o caminho