terça-feira, 30 de agosto de 2022

Petrificação


Rosto toldado 
Olhar branco 
Praia selvagem 
Beleza ferida 
De céu nublado 

Gritos mudos 
Sombra agreste 
Muro que barra passagem 
Horizonte magoado 
Breve aragem levadiça 
Porta ao fundo quebradiça 
Interior incerteza 
Chuva sedenta de pão 
Vento espelhado na alma 
Pardacenta noite de verão 
Embaciados sentidos 
Passos colados ao chão 
...

Revoltem-se as águas 
Reme-se contra a maré 
E novos horizontes nasçam

(Poema publicado originalmente a 17/04/2012 no meu blogue Nuvens de Orvalho (apagado), e aqui agora readaptado)

sábado, 1 de janeiro de 2022

Navegar é necessário

      in: Horta, Faial
Navegar é necessário

Viver não é perfeito
Nem claro
É tantas vezes com defeito
E bem turvo e escuro

Há que saber levar o barco direito
Aprendendo bem a remar a porto seguro
Para que não oscile demasiado e nos afunde

Pois é frágil a embarcação
Em mares de altas e bravas vagas
Que a podem fazer soçobrar

E caudalosos são os rios que nos percorrem
Desaguando em maré escura
Que pinta de noite a praia
Dor a acordar da inocência dos barcos de papel

Mas que não se esquivem os sonhos
Alavancas que nos desencravam as engrenagens maltratadas pela vida

Navegar é necessário

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