domingo, 24 de janeiro de 2021

Sem-fim

A roda da engrenagem não anda, 
Está emperrada. 
Rançou-se, enferrujou.
Foi o tempo, 
Pelas ruas de amargura, 
E a vida grave e pesada, 
Que a amofinaram sem dó, 
Lhe teceram urdidura. 

Não gira, 
Já nem geme 
Pelo ardor da labuta. 
Cala-se, 
E não há lágrima 
Que escorra, 
Que regue o chão.
 
Há palavras que morrem antes de chegarem à garganta, 
Sufocadas em silêncio sem-fim.

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