Bradam ao céu espinhos
Uma floresta de dores
Por dentro da janela escancarada
Um mundo alheio a tudo
E recheado de nada
Moldura de vento silente
Murmúrio cansado e dolente
Aroma de rosas bravias
Na esquina aguda do tempo
Que passa a rasgar os dias
Debaixo da ponte correm pedras
Natureza morta
Que mata
Pousio bravo
Obstáculo de tropeço e arremesso
Oceano irracional
Pedestal sombrio
Catedral do vazio
Abismo
Penedos pontiagudos
Pedregulhos
Areias e Seixos
Calhaus
Correm pedras debaixo da ponte