segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ferida Aberta



Bradam ao céu espinhos
Uma floresta de dores
Por dentro da janela escancarada
Um mundo alheio a tudo
E recheado de nada

Moldura de vento silente
Murmúrio cansado e dolente
Aroma de rosas bravias
Na esquina aguda do tempo
Que passa a rasgar os dias

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Correm pedras debaixo da ponte



Debaixo da ponte correm pedras
Natureza morta
Que mata
Pousio bravo
Obstáculo de tropeço e arremesso
Oceano irracional
Pedestal sombrio
Catedral do vazio
Abismo
Penedos pontiagudos
Pedregulhos
Areias e Seixos
Calhaus
Correm pedras debaixo da ponte

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