sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Correntes



Não sei o que prende o mar
Que movimentos o encerram
Para se agitar assim
Que tormentos
Que sofrimentos tão vis
Que lhe arrancam lamentos
E o movem a dura servis

Não sei o que o tem cativo
Que enleios traz em si…

Mas há correntes que agarram o mar

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Utopias



Ai, quantas vezes
Ai quantas
O Amor 
A amizade
A fraternidade
São lâmpadas fundidas
Num emaranhado de fios...
Ai quantas!


segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Musicando o horizonte

tocando o horizonte

O horizonte precisa da música das ondas
em preguiçoso espraiar
para ser tocado em escala de sol e vagar

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

O Poço



Há alturas assim...
que nem posso,
outras,
que nem água no poço

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Mares e sol



Mares…


 ... entram-nos assim pelos poemas dentro 
para rasgar silêncios, 
para acorçoar...


... para desemaranhar 
e evidenciar as telas dos dias.

sábado, 25 de outubro de 2025

Entre Gaivotas



Tenho uma alma-gaivota que não se confina ao chão
Um coração sempre com sede de ar
Um mar nos olhos que escorre do peito
Em leito de asas feito

É entre gaivotas que a minha alma voa

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

E eu caminho



Talvez um caminho se escreva nas pétalas da manhã
Talvez um caminho se abra nas asas do arvoredo
Talvez um caminho siga nos trilhos do vento cantante
Talvez as águas ciciantes se lembrem de me sussurrar o caminho

E eu caminho...

Talvez o caminho se erga

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Espelho



Escorrem poemas
Momentos de água
Deslizando em fendas
Talhadas a par e passo

Podem acordar os pássaros
Aprisionados no espelho
Soltarem-se do rio
Os doirados das nuvens
Do fundo das muralhas
Labaredas azuis

Que nas horas escuras ou leves
Imensas ou breves
Entre charcos e bordados
Palavras e pedras
Versos e pétalas
Há um espelho que nos reflecte

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Do Fundo do Olhar


Do fundo do olhar um abismo
Espreita
Uma bolha de pão
Uma bola de ar
Asas de condor

Do fundo do olhar um ninho
Sem cor
De ave ferida
Um resto de alento
Num sopro de vida

Do fundo do olhar um rio
Submerso
Leito assombrado
De seixos vadios
Em água poluída

Do fundo do olhar um mar
À solta
Um barco sem leme
Uma onda esvaída
Numa praia deserta

Do fundo do olhar
Uma porta
Fechada

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