quinta-feira, 22 de junho de 2017

Pesadelos

estuda(-)ses

Neste país
Muito se diz 
Muito se escreve
Pouco se estuda
Pouco se aprende
Pouco se conjuga
Pouco se concerta
Tudo se sabe
Tudo se dita
Tudo se debita
Pouco se acerta

sábado, 28 de maio de 2016

Cantorias


Eram cantorias para um lado, cantorias para o outro, pulinhos daqui para ali, dali para aqui, mais um pequeno voo para acolá, e depois mais outro para acolí, só visto!

domingo, 21 de junho de 2015

Luz e Cor


flor da romã

Uma estrela em flor
Coroa de luz e cor 
Um sol de romã
Pirilampo a piscar 
No caminho da manhã

sexta-feira, 7 de março de 2014

Espelhos




Há quem se olhe demoradamente ao espelho...
a imagem nele reflectida é que nem sempre corresponderá à realidade.
Umas vezes poderá ser deveras favorecida e outras precisamente o contrário...
é bom que tenhamos algum cuidado ao analisar a imagem daí resultante.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O Poço



Há alturas assim...
que nem posso,
outras,
que nem água no poço

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Bifurcações



Nas bifurcações do quotidiano há léguas de marés suspensas
Papéis em branco
Desdobráveis declamados no vento pela rua
Ditos em tréguas petrificadas
Lâminas a esvair-se languidamente sem nada a desejar

Nas bifurcações do quotidiano
Perdemos de vista as galáxias
Ensombradas por nuvens imprevisíveis
A anos-luz de distância

sábado, 9 de junho de 2012

Tão Mar



Há distâncias forjadas
Tão mar
Habitáculos de cardos
E ervas salgadas
Águas em fogo
Areias de gelo
Pássaros calados
Tão noite
Tão sede
Tão saudade…

Mas haverá ainda manhãs
Tão mar
De sítios tranquilos
Radiantes
De flores
E perfumes.
E das pedras sairão fontes
Onde os pássaros feridos
Se hão-de banhar.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ferida Aberta



Bradam ao céu espinhos
Uma floresta de dores
Por dentro da janela escancarada
Um mundo alheio a tudo
E recheado de nada

Moldura de vento silente
Murmúrio cansado e dolente
Aroma de rosas bravias
Na esquina aguda do tempo
Que passa a rasgar os dias

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Correm pedras debaixo da ponte



Debaixo da ponte correm pedras
Natureza morta
Que mata
Pousio bravo
Obstáculo de tropeço e arremesso
Oceano irracional
Pedestal sombrio
Catedral do vazio
Abismo
Penedos pontiagudos
Pedregulhos
Areias e Seixos
Calhaus
Correm pedras debaixo da ponte

poderá também gostar de: