segunda-feira, 28 de julho de 2025

Sabor a Sal

Salgado

Não se constrói uma casa pelo telhado... 
mas é, quase sempre, pelo telhado que ela se destrói.

domingo, 27 de julho de 2025

Entre Gaivotas



Tenho uma alma-gaivota que não se confina ao chão
Um coração sempre com sede de ar
Um mar nos olhos que escorre do peito
Em leito de asas feito

É entre gaivotas que a minha alma voa

sábado, 26 de julho de 2025

Pequeno Mundo



Às vezes vem uma tentação de abarcar o mundo com as mãos...

sexta-feira, 25 de julho de 2025

O mar e as rochas



Fui perguntar às rochas
O que sentem
Quando o mar as abraça

Disseram-me
Que sentem arrepios molhados
Pois que o mar é irrequieto
E lhes dá beijos salgados
Que ora as veste de espuma branca
Ora as despe enamorado

Sentem-se amadas por ele
E outras vezes odiadas
Quando ele as prende e as força
Com os seus braços pesados
Sem ter remorso nem dor
Em abraços agitados
A ceder ao seu amor

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Espelho



Escorrem poemas
Momentos de água
Deslizando em fendas
Talhadas a par e passo

Podem acordar os pássaros
Aprisionados no espelho
Soltarem-se do rio
Os doirados das nuvens
Do fundo das muralhas
Labaredas azuis

Que nas horas escuras ou leves
Imensas ou breves
Entre charcos e bordados
Palavras e pedras
Versos e pétalas
Há um espelho que nos reflecte

quarta-feira, 23 de julho de 2025

E eu caminho



Talvez um caminho se escreva nas pétalas da manhã
Talvez um caminho se abra nas asas do arvoredo
Talvez um caminho siga nos trilhos do vento cantante
Talvez as águas ciciantes se lembrem de me sussurrar o caminho

E eu caminho...

Talvez o caminho se erga

terça-feira, 22 de julho de 2025

Bola de Cristal



A aldeia aprisionada num esotérico submundo
Globo ocular à espreita da cidade exotérica
É verdade abafada de mentira
Extemporâneo entulho esférico
Frustrâneo dióspiro
Incomestível
Imperceptível forma de moléstia
Praga sem modéstia que não parte
Nem reparte

E dói o ritual
Ofício doloso
Numa bola de cristal

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Do Fundo do Olhar


Do fundo do olhar um abismo
Espreita
Uma bolha de pão
Uma bola de ar
Asas de condor

Do fundo do olhar um ninho
Sem cor
De ave ferida
Um resto de alento
Num sopro de vida

Do fundo do olhar um rio
Submerso
Leito assombrado
De seixos vadios
Em água poluída

Do fundo do olhar um mar
À solta
Um barco sem leme
Uma onda esvaída
Numa praia deserta

Do fundo do olhar
Uma porta
Fechada

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Onde moram cagarros e ganhoas



Um breve olhar...
para lá do mar... perto da lua. 
Onde moram cagarros e ganhoas... 
sonhos e poemas 
esculpidos em lava 
escorridos no vento 
embrulhados em bruma 
retidos no sentimento.

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