quinta-feira, 11 de julho de 2013

Bifurcações



Nas bifurcações do quotidiano há léguas de marés suspensas
Papéis em branco
Desdobráveis declamados no vento pela rua
Ditos em tréguas petrificadas
Lâminas a esvair-se languidamente sem nada a desejar

Nas bifurcações do quotidiano
Perdemos de vista as galáxias
Ensombradas por nuvens imprevisíveis
A anos-luz de distância

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ferida Aberta



Bradam ao céu espinhos
Uma floresta de dores
Por dentro da janela escancarada
Um mundo alheio a tudo
E recheado de nada

Moldura de vento silente
Murmúrio cansado e dolente
Aroma de rosas bravias
Na esquina aguda do tempo
Que passa a rasgar os dias

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Correm pedras debaixo da ponte



Debaixo da ponte correm pedras
Natureza morta
Que mata
Pousio bravo
Obstáculo de tropeço e arremesso
Oceano irracional
Pedestal sombrio
Catedral do vazio
Abismo
Penedos pontiagudos
Pedregulhos
Areias e Seixos
Calhaus
Correm pedras debaixo da ponte

sábado, 17 de dezembro de 2011

Quase...



Quase Inverno...
Um mergulho azul céu neste quase mar

Quase Natal...
Mergulho na alma deste quase verde olhar

Quase fim de ano...
E mais outro... quase a chegar

E em quase espelho estrelas renascer
Uma quase esperança fome
Agradecer e perdoar
E viver
Serenidade
Embalo perene
Quase...
Luar

sábado, 26 de novembro de 2011

Asas ao Sol


(Foto - créditos JPOR)

Quando o sol se faz poema
Apetece espanejar as asas
Num adejar lento
Não vá o mistério acordar

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Desenho a Carvão



Desenho a carvão o negro da terra queimada.
Nem lágrimas sobram para te regar
Pobre barco encalhado
Que não te fizeste ao largo.
As cinzas são-te espalhadas em sombras
Manchas negras pelos campos
Outrora verdejantes
Poalha que o tempo almeja reacender em chama viva
Mas que a penas alastra como chaga
Já sem sangue para verdejar.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pequeno Mundo



Às vezes vem uma tentação de abarcar o mundo com as mãos...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Navegar, Navegar...

“Nenhum caminho é longo demais quando um amigo nos acompanha.”

“Nenhum caminho é longo demais quando um amigo nos acompanha.”

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O mar e as rochas



Fui perguntar às rochas
O que sentem
Quando o mar as abraça

Disseram-me
Que sentem arrepios molhados
Pois que o mar é irrequieto
E lhes dá beijos salgados
Que ora as veste de espuma branca
Ora as despe enamorado

Sentem-se amadas por ele
E outras vezes odiadas
Quando ele as prende e as força
Com os seus braços pesados
Sem ter remorso nem dor
Em abraços agitados
A ceder ao seu amor

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