domingo, 21 de junho de 2015

Luz e Cor


flor da romã

Uma estrela em flor
Coroa de luz e cor 
Um sol de romã
Pirilampo a piscar 
No caminho da manhã

sexta-feira, 7 de março de 2014

Espelhos




Há quem se olhe demoradamente ao espelho...
a imagem nele reflectida é que nem sempre corresponderá à realidade.
Umas vezes poderá ser deveras favorecida e outras precisamente o contrário...
é bom que tenhamos algum cuidado ao analisar a imagem daí resultante.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Correntes



Não sei o que prende o mar
Que movimentos o encerram
Para se agitar assim
Que tormentos
Que sofrimentos tão vis
Que lhe arrancam lamentos
E o movem a dura servis

Não sei o que o tem cativo
Que enleios traz em si…

Mas há correntes que agarram o mar

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Bifurcações



Nas bifurcações do quotidiano há léguas de marés suspensas
Papéis em branco
Desdobráveis declamados no vento pela rua
Ditos em tréguas petrificadas
Lâminas a esvair-se languidamente sem nada a desejar

Nas bifurcações do quotidiano
Perdemos de vista as galáxias
Ensombradas por nuvens imprevisíveis
A anos-luz de distância

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Espelho



Escorrem poemas
Momentos de água
Deslizando em fendas
Talhadas a par e passo

Podem acordar os pássaros
Aprisionados no espelho
Soltarem-se do rio
Os doirados das nuvens
Do fundo das muralhas
Labaredas azuis

Que nas horas escuras ou leves
Imensas ou breves
Entre charcos e bordados
Palavras e pedras
Versos e pétalas
Há um espelho que nos reflecte

terça-feira, 10 de julho de 2012

E eu caminho



Talvez um caminho se escreva nas pétalas da manhã
Talvez um caminho se abra nas asas do arvoredo
Talvez um caminho siga nos trilhos do vento cantante
Talvez as águas ciciantes se lembrem de me sussurrar o caminho

E eu caminho...

Talvez o caminho se erga

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Ferida Aberta



Bradam ao céu espinhos
Uma floresta de dores
Por dentro da janela escancarada
Um mundo alheio a tudo
E recheado de nada

Moldura de vento silente
Murmúrio cansado e dolente
Aroma de rosas bravias
Na esquina aguda do tempo
Que passa a rasgar os dias

terça-feira, 13 de março de 2012

Primavera (in)discreta



Há uma Primavera (in)discreta que me espreita à janela
Um cálido perfume a nascer dos raios de sol
Uma luz serena de realidade donzela
Uma sinfonia de cores breves no ar
Um convite à utopia no jardim
Um reflexo de vida nova a levitar
E um sopro de brisa mansa nascente em mim

Eu gosto e preciso disso
Simplesmente porque sim

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Correm pedras debaixo da ponte



Debaixo da ponte correm pedras
Natureza morta
Que mata
Pousio bravo
Obstáculo de tropeço e arremesso
Oceano irracional
Pedestal sombrio
Catedral do vazio
Abismo
Penedos pontiagudos
Pedregulhos
Areias e Seixos
Calhaus
Correm pedras debaixo da ponte

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