Há quem se olhe demoradamente ao espelho... a imagem nele reflectida é que nem sempre corresponderá à realidade. Umas vezes poderá ser deveras favorecida e outras precisamente o contrário... é bom que tenhamos algum cuidado ao analisar a imagem daí resultante.
Não sei o que prende o mar Que movimentos o encerram Para se agitar assim Que tormentos Que sofrimentos tão vis Que lhe arrancam lamentos E o movem a dura servis
Não sei o que o tem cativo Que enleios traz em si…
Nas bifurcações do quotidiano há léguas de marés suspensas Papéis em branco Desdobráveis declamados no vento pela rua Ditos em tréguas petrificadas Lâminas a esvair-se languidamente sem nada a desejar
Nas bifurcações do quotidiano Perdemos de vista as galáxias Ensombradas por nuvens imprevisíveis A anos-luz de distância
Debaixo da ponte correm pedras Natureza morta Que mata Pousio bravo Obstáculo de tropeço e arremesso Oceano irracional Pedestal sombrio Catedral do vazio Abismo Penedos pontiagudos Pedregulhos Areias e Seixos Calhaus Correm pedras debaixo da ponte