
Tenho uma alma-gaivota que não se confina ao chão
Um coração sempre com sede de ar
Um mar nos olhos que escorre do peito
Em leito de asas feito
É entre gaivotas que a minha alma voa
Desfilo quase oração
como esteiro enigmático,
claro e escuro,
de ruídos silenciosos,
em que desaguo, tantas vezes,
os rios tempestuosos que me percorrem.
Fragilidade feita força
para que não naufrague o barco
em mares de vagas bravas.