segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Desenho a Carvão



Desenho a carvão o negro da terra queimada.
Nem lágrimas sobram para te regar
Pobre barco encalhado
Que não te fizeste ao largo.
As cinzas são-te espalhadas em sombras
Manchas negras pelos campos
Outrora verdejantes
Poalha que o tempo almeja reacender em chama viva
Mas que a penas alastra como chaga
Já sem sangue para verdejar.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Entre Gaivotas



Tenho uma alma-gaivota que não se confina ao chão
Um coração sempre com sede de ar
Um mar nos olhos que escorre do peito
Em leito de asas feito

É entre gaivotas que a minha alma voa

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pequeno Mundo



Às vezes vem uma tentação de abarcar o mundo com as mãos...

Navegar, Navegar...

“Nenhum caminho é longo demais quando um amigo nos acompanha.”

“Nenhum caminho é longo demais quando um amigo nos acompanha.”

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O mar e as rochas



Fui perguntar às rochas
O que sentem
Quando o mar as abraça

Disseram-me
Que sentem arrepios molhados
Pois que o mar é irrequieto
E lhes dá beijos salgados
Que ora as veste de espuma branca
Ora as despe enamorado

Sentem-se amadas por ele
E outras vezes odiadas
Quando ele as prende e as força
Com os seus braços pesados
Sem ter remorso nem dor
Em abraços agitados
A ceder ao seu amor

terça-feira, 24 de maio de 2011

Lá, o Azul

 um pouco de mar

Ouvi o mar chamar por mim, insistentemente.

Fiz silêncio e pus-me à escuta: era isso mesmo, o mar sussurrava-me ao ouvido aquela melodia de que eu começava a sentir falta.

Procurei-o ao cair da tarde. Na areia branca, húmida, deixei o rasto dos pés, junto com o das gaivotas seduzidas pela traineira do peixe.

O azul imergiu-me; a distância naufragou-me.

Deixei os pés afundarem-se na areia, submergidos pela rebentação das vagas, escorridos na espuma, embebidos nessa água, mas perdidos noutro sal, porque é outro longe que eu sinto.

As gaivotas, atraídas pelo odor do peixe, voam em redor do barco em busca de alimento.

Eu procuro outro barco. Atraída pelo fragor do mar, deixo mergulhar os pés e flutuo os sentidos nesse embalo, numa ânsia de me transportar para outro lado no meio do oceano... para lá; para lá: onde a saudade me dói.

sábado, 21 de maio de 2011

Momentos

Dia cinzento

Há dias cinzentos em que as lágrimas brilham o que o sol nos esconde.

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